Bispos lusófonos visitam a China

D. Jorge Ortiga sentiu que “a fé continua viva na China” e deseja uma maior aproximação entre as Igrejas Patriótica e Católica. Dez dos doze bispos participantes no VIII Encontro das Presidências Episcopais das Igrejas Lusófonas visitaram hoje (sábado, 27 de Setembro) duas paróquias católicas e três cidades da província de Cantão, na China. A visita foi organizada pela diocese de Macau, que tratou de toda a logística e formalidades legais. O dia começou com uma viagem de cerca de duas horas até à paróquia do Imaculado Coração de Maria, na diocese de Jian Meng. Os prelados foram cordialmente recebidos pelo pároco local, padre Paul Leong, com uma mesa recheada de fruta, como manda a melhor tradição chinesa. Os bispos ficaram a saber que aquela paróquia tem cerca de uma centena de católicos e realiza uma média de seis baptizados por ano. Já a diocese conta com quase vinte mil fiéis e um total de seis sacerdotes. Após o almoço, na cidade de Kong Mun, os prelados dirigiram-se para a diocese de Shekki, onde visitaram a paróquia do Imaculado Coração de Maria. Trata-se de uma paróquia urbana, com as estruturas (igreja e centro de catequese) no coração da cidade e que, segundo o pároco, padre Pang Kam Yong, tem mais de 700 fiéis e realiza uma média de 25 baptizados por ano. Os bispos tiveram oportunidade de visitar as obras de recuperação da igreja paroquial, neo-gótica e de estilo português e que foi edificada há cerca de 20 anos. Parte das obras estão a ser custeadas pela diocese de Macau. Nesta viagem os prelados constataram o grande desenvolvimento económico da região de Cantão, notório, entre outros aspectos, pela construção de inúmeras auto-estradas, e a crescente abertura do país ao mundo e à liberdade religiosa. No final da viagem, D. Jorge Ortiga, o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa disse ter verificado que “a fé continua viva na China” e declarou o seguinte: “A realização desta viagem teve como objectivo o conhecimento de uma nova realidade que nos parece começar a ser vivida nesta parte do mundo. Tivemos oportunidade de visitar duas comunidades que, com as suas limitações, me parecem interessadas em conhecer a Bíblia e o catecismo da Igreja Católica. Impressionou-me a organização que têm do catecumenado, sinal de que há pessoas interessadas em converter-se ao cristianismo. Ao mesmo tempo, a recuperação e actualização das estruturas materiais são sinal evidente de uma fé viva, que num mundo de indiferença, consegue construir uma igreja capaz de responder aos diversos desafios” Havia uma compreensível curiosidade em conhecer o processo que tem vindo a ser trabalhado tanto pela Igreja Católica, através, sobretudo, das Dioceses de Macau e Honkong, como pela denominada Igreja Patriótica, no sentido de uma progressiva aproximação entre aas duas igrejas. A visita hoje realizada permitiu compreender algumas das coordenadas que inteligente e pacientemente têm servido de suporte a uma fase essencial neste processo de mútuo conhecimento e da criação de canais de confiança entre as duas Igrejas. Esta visita permitiu-nos perceber melhor a decisão, em boa tomada, de se promover este ENCONTRO na Diocese de Macau, uma vez que este gesto de partilha, presença e comunhão de todas as Igrejas Lusófonas com a Igreja de Macau poderão vir a dar um contributo simbólico para o evoluir da aproximação entre as Igrejas Patriótica e Católica. Pelo Secretariado do VIII ENCONTRO

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