Canonizações: «Bispo Romero foi um homem dos pobres, mas Paulo VI não foi menos»

D. Amândio Tomás assinala pontificado de renovação e abertura da Igreja

Lisboa, 12 out 2018 (Ecclesia) – O bispo de Vila Real considera que a canonização do Papa Paulo VI e de D. Óscar Romero é “muito emblemática”, evidenciando a justiça social que “um viveu” e “outro escreveu”.

“O bispo Romero foi o homem dos pobres, da justiça social. E Paulo VI não foi menos: as encíclicas dele são da defesa da dignidade humana, da justiça, do trabalho humano; estão na mesma linha e estão muito bem”, afirma à Agência ECCLESIA D. Amândio Tomás, que ainda diácono partilhou o altar do Santuário de Fátima com o primeiro Papa a visitar o local, em 1967.

“Foi a primeira vez que um Papa veio a Fátima. A multidão delirou. Toda a esplanada estava cheíssima, não havia buracos, estava tudo apinhado”, recorda o bispo que ajudou a distribuir a comunhão, durante a celebração da Eucaristia, na esplanada do santuário.

O bispo de Vila Real aponta a proximidade que Paulo VI teve com o nosso país, visível não apenas na sua deslocação a Fátima.

“Foi o Papa do Colégio português, em Roma, apesar de nunca lá ter ido. Ele doou à CEP o antigo colégio, que posteriormente vendido, permitiu à Conferência Episcopal construir, o atual espaço”, conta o também Reitor do Pontifício Colégio português entre 1982 e 2001.

De Paulo VI D. Amândio Tomás aponta o “programa de reforma da Igreja” apresentado na “encíclica programática, «Ecclesiam suam», em três capítulos: consciência, renovação e diálogo”.

“Foi uma Papa genial, que no início era considerado um progressista mas guiou a Igreja de forma exemplar, para a missão, para o diálogo ecuménico, para a restauração da Igreja, iniciou a experiência dos sínodos. Paulo VI foi um excelente Papa”

D. Amândio Tomás dá ainda conta da marca que o pontificado de Paulo VI deixa no seu ministério de padre e bispo.

“Marcaram-me muito as encíclicas, o seu pensamento, a sua atitude em lidar com as dificuldades no pós-concilio, não foi fácil para ele, não foi fácil. Ele realmente marcou a Igreja de então e impregnou-a numa direção. Para trás não se volta”.

Para o bispo de Vila Real a canonização a acontecer no próximo dia 14 de outubro será marcante e “emblemática”.

“Romero praticou, evidente, e pagou com a vida, mas Paulo VI também escreveu, testemunhou e confessou. É-se mártir de muita maneira, não só com derramamento de sangue, dando o peito às balas, e mostrando-se corajoso e tenaz nas dificuldades. E ele foi-o. E de que forma, no pós-concilio”.

D. Óscar Romero e o Papa Paulo VI vão ser canonizadas pelo Papa Francisco no próximo domingo; o programa 70×7 desse dia e o programa na Antena 1 mostram testemunhos da vida e obra destas duas figuras da Igreja.

LS

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