Clima: «Modelo de desenvolvimento mais sustentável depende de uma vontade política forte», diz secretário de Estado do Vaticano

D, Pietro Parolin sublinhou a importância das palavras «compromsso» e «impacto» durante a cimeira da Cop24 em Katowice, na Polónia

Foto: D. Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, Créditos Vatican News

Katowice, 05 dez 2018 (Ecclesia) – O secretário de Estado do Vaticano disse na Polónia que “limitar” o aquecimento global depende de uma “vontade política forte, clara e perspicaz”, durante a cimeira do clima que está a decorrer naquele país.

Numa mensagem deixada no arranque da Cop24, conferência anual dos países signatários da Convenção das Nações Unidas sobre alterações climáticas, o cardeal Pietro Parolin frisou a importância de os Estados promoverem “o mais rapidamente possível” a “transição” para um “modelo de desenvolvimento” que limite a “produção de gases de efeito estufa”.

Para o representante da Santa Sé, a questão é saber se existe “suficiente vontade política” para isso.

Em Katowice, perante 30 mil delegados e representantes dos vários países que ratificaram o acordo de 1992, D. Pietro Parolin destacou três pilares que devem suportar a mudança de rumo, a nível social, económico e tecnológico.

“Um fundamento ético claro; um compromisso a promover a dignidade da pessoa humana, aliviando a pobreza, promovendo o desenvolvimento humano integral e diminuindo o impacto da mudança climática através de medidas responsáveis de atenuação e adaptação; e uma atenção constante às necessidades de hoje e de amanhã”, adianta o serviço informativo da Santa Sé.

Na conferência de Katowice, que se vai prolongar até 14 de dezembro, devem ficar definidas as regras da aplicação do Acordo de Paris dedicado ao clima, que foi firmado em 2015.

O principal objetivo deste acordo mundial, que tem de ser colocado em prática a partir de 2020, é limitar o aquecimento global a um valor consideravelmente abaixo dos 2 graus centígrados.

O secretário de Estado do Vaticano salientou que, de acordo com os dados avançados pelo grupo intergovernamental da ONU que está a trabalhar neste projeto, “os atuais compromissos assumidos pelos Estados não são suficientes para alcançar os objetivos estabelecidos pelo Acordo de Paris”.

E aqui o cardeal italiano ligou as medidas que devem ser estabelecidas à implementação de políticas empresariais e de trabalho mais equitativas.

“Quanto mais forem oferecidas oportunidades de trabalho, considerando o respeito aos direitos humanos, a proteção social e a eliminação da pobreza, com atenção particular às pessoas mais vulneráveis às mudanças climáticas, mais será eficaz uma correta aplicação do Acordo de Paris”, explicitou D. Pietro Parolin.

Segundo o representante da Santa Sé, toda esta transição “requer formação, instrução e solidariedade” e “também uma ação rápida, em contexto de ética, equidade e justiça social”, com a participação da sociedade civil.

A “voz do povo”, realçou o secretário de Estado do Vaticano, “pode ajudar os responsáveis políticos a tomar decisões justas e clarividentes, orientando investimentos financeiros e económicos para setores que tenham realmente um impacto no futuro da humanidade”.

JCP

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