Comunidades migrantes assinalam aparições de Fátima

Enquanto em Portugal, peregrinos e romeiros a pé anseiam por chegar ao Santuário de Fátima, no estrangeiro, famílias e comunidades católicas portuguesas, dispersas pelo mundo, assinalam solenemente a devoção e consagração a Maria – Senhora do Rosário – com diversas manifestações religiosas. Nos dias de Maio que coroam o aniversário da primeira aparição aos três pastores de Aljustrel, os portugueses emigrantes, peregrinam aos santuários marianos locais, congregam-se nas paróquias onde celebram a fé, e evangelizam, com a religiosidade popular repleta de tradições, procissões, rituais, símbolos e cânticos marianos, as sociedades onde vivem e trabalham, algumas marcadas por grande secularização e tipos de laicidade sem transcendência. São perto de 25 000 os emigrantes portugueses a viver na provincia de British Columbia, Canadá. Na cidade-ilha de Vancouver, no Pacífico, a comunidade portuguesa conta com cerca de 12 000 portugueses, oriundos 50% do Continente e outros 50% dos Açores. As primeiras famílias desembarcaram por volta do ano 1954. Desde 1959 que se celebra missa em língua portuguesa na cidade. Em 1968 foi construída uma igreja e criada a paróquia portuguesa de N. Senhora de Fátima, onde é possível ter acompanhamento espiritual em português e inglês. A outra paróquia portuguesa situa-se na cidade-ilha de Victória, capital da província. A arquidiocese de Vancouver, comunidade multicultural fundada e formada por imigrantes da Asia e Europa, entre os quais se contam milhares de portugueses, celebra este ano o seu Centenário de vida de fé e serviço. Pelo 40º ano consecutivo os portugueses organizaram a festa em honra da padroeira da comunidade. Também este ano, como é tradição, convidaram e patrocinaram a vinda de um sacerdote português pois são assistidos, desde a fundação da paróquia, por sacerdotes de outras nacionalidades. O pároco actual, P. Antonio De Angelis é um missionário scalabriniano brasileiro. “Sobre ti, Maria, descerá o Espírito Santo” foi o tema que animou o tríduo de preparação, pregado pelo P. Rui Pedro c.s. Foram catequeses favorecidas pela feliz coincidência da festa mariana acontecer no domingo de Pentecostes e dia da mães, conforme o calendário canadiano. Esta festa, juntamente com outras duas – a Festa do Divino Espírito Santo e Senhor Santo Cristo dos Milagres – é dos momentos de maior unidade e voluntariado na paróquia, de grande visibilidade da identidade cultural e manifestação religiosa da comunidade. Nos dias 10 e 11 de Maio, a Mãe de Cristo e da Igreja foi honrada com eucaristias solenes, procissões de rua, cânticos devotos, espectáculos e muita gastronomia lusa. E assim será pelos quatro cantos do mundo onde a igreja peregrina, “enquanto houver portugueses”. Manuel da Silva

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