Congo: Dois mortos e dezenas de feridos e presos em manifestações convocadas pela comunidade cristã

Lisboa, 28 fev 2018 (Ecclesia) – A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) informa que morreram duas pessoas e cerca de 50 ficaram feridas na marcha do Comité de Coordenação de Leigos, na República Democrática do Congo.

“Estamos a enfrentar uma barbárie que não tem esse nome”, disse o padre Tabu, da Paróquia de São Bento, em Lemba, em declarações à rádio TF1 citadas pelo ‘Journal Chrétien’.

Segundo o sacerdote a polícia tentou dispersar os manifestantes primeiro com gás lacrimogéneo e depois usou munições reais e o balanço ainda “é provisório”, mas morreram duas pessoas e contam-se cerca de 50 feridos e mais de 100 detenções.

O ‘Journal Chrétien’ adianta que uma das vítimas mortais deste domingo foi um jovem, do movimento de cidadãos ‘Colectivo 2016’, que terá sido alvejado pela polícia quando fechava a porta da igreja de São Bento.

A AFP (Agence France-Presse) informa que três sacerdotes foram presos nas marchas contra o presidente Joseph Kabila, no distrito de Saint Pierre de Wagenia.

O secretariado português da AIS realça que a violência policial contra a manifestação convocada pelo Comité de Coordenação de Leigos realizou-se menos de 48 horas depois da jornada mundial de oração e jejum pela paz convocada pelo Papa Francisco, que evocou em especial o Sudão do Sul e a República Democrática do Congo.

Joseph Kabila é o presidente do Congo, desde janeiro de 2001, após o assassinato do seu pai, Laurent-Désiré Kabila, mas recusa sair do poder depois do mandato ter terminado em dezembro de 2016 e ainda não convocou eleições que estavam previstas para o final de 2017, após acordo mediado pela Igreja Católica.

A Ajuda à Igreja que Sofre recorda que as duas manifestações anteriores causaram cerca de 15 mortos, a 31 de dezembro de 2017 e a 21 de janeiro.

O relatório de 2016 sobre Liberdade Religiosa da AIS, a fundação pontifícia considera que “há poucas razões para acreditar que haverá melhorias num futuro próximo”, num país com 52,5% de católicos e 74,8 milhõesde pessoas.

CB

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