Cultura: «Ideal regulador» distinguido no jornalismo de Francisco Sarsfield Cabral

Jornalista recebeu o Prémio «Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes»

Fátima, Santarém, 30 mai 2014 (Ecclesia) – O jornalista Francisco Sarsfield Cabral recebeu, hoje, o Prémio «Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes», atribuído pela Igreja Católica como reconhecimento de um jornalismo orientado por um “ideal regulador”.

De acordo com a ata do júri do Prémio «Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes», Sarsfield Cabral “nunca reflete o mundo a preto e branco, e o jornalismo que pratica não se deixa capturar pelo imediatismo das reações ou pelo ruído dos chamados soundbites”.

“A justificação que figura na ata agradou-me. Não por eu ter todas aquelas qualidades. Mas porque traça um ideal de jornalismo que me orienta, embora esteja longe de o atingir. Digamos que é um ‘ideal regulador’”, afirmou o galardoado hoje em Fátima.

A cerimónia da entrega do Prémio «Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes» decorreu em Fátima, no fim dos trabalhos da Jornada da Pastoral da Cultura que debateu o tema “Portugal: a saúde da Democracia”.

Para D. Pio Alves, presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, atribuir o prémio a Francisco Sarsfield Cabral é um reconhecimento pela “profundidade, atenção à vida e sensibilidade espiritual” do jornalista.

“Profundidade, atenção à vida e sensibilidade espiritual são traços que caracterizam o percurso do Dr. Francisco Sarsfield Cabral no espaço público português, e muito em especial na esfera dos media, onde há décadas tem uma voz própria e tão justamente apreciada”, sustentou D. Pio Alves.

Sarsfield Cabral “é um ativo representante de um jornalismo diferente, um jornalismo profundo, reflexivo e preparado”, considera o presidente da Comissão Episcopal da Cultura Bens Culturais e Comunicações Sociais.

Nascido em 1939, no Porto, Sarsfield Cabral é licenciado em Direito, mas “nunca exerceu advocacia” porque “não gostava da carreira jurídica”, como confessou à Agência ECCLESIA.

O jornalista tornou-se comentador de assuntos económicos e de integração europeia, tendo colaborado regularmente na RTP, TVI, Expresso, Diário de Notícias, A Luta, Agência ECCLESIA, O Primeiro de Janeiro, Semanário, A Tarde, Jornal da Tarde, Público, revista Fortuna, revista Visão, entre outros órgãos de comunicação social portuguesa.

Diretor de Informação da Rádio Renascença entre maio de 2003 e dezembro de 2008, Francisco Sarsfield Cabral escreveu também numerosos ensaios sobre temas económicos, políticos e filosóficos (nomeadamente nas revistas Brotéria e Communio) e é autor de quatro livros: «Uma Perspectiva sobre Portugal, Moraes, 1973»; «Política, Economia e Ética, Semanário, 1985»; «Autonomia Privada e Liberdade Política, Fragmentos, 1988» e «Ética na Sociedade Plural, Tenacitas, 2001».

O prémio instituído pelo Secretariado Nacional Pastoral da Cultura em parceria com a Renascença, distinguiu nas suas edições anteriores personalidades como Roberto Carneiro, Nuno Teotónio Pereira, Eurico Carrapatoso, Adriano Moreira, Maria Helena da Rocha Pereira, Manoel de Oliveira, o padre Luís Archer e Fernando Echevarria, além da Diocese de Beja.

O galardoado deste ano conheceu o padre Manuel Antunes “antes do 25 de Abril de 1974” e recorda-o como alguém que “falava muito baixinho, mas dizia coisas extraordinárias”.

LFS/PR

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