Dia da Mãe: Mulheres recordam momento «transcendente e inexplicável»

Celebração assinala início de um conto «grandioso» que deve ser desenvolvido «todos os dias»

Lisboa, 05 mai 2012 (Ecclesia) – O ‘Dia da Mãe’, que se celebra em Portugal este domingo perpetua para Fátima, Isménia, Ana e Filipa a memória do amor “transcendente e inexplicável” que une mulher e filho para sempre.

“Ser mãe foi o maior dom que a natureza transmitiu à mulher”, sublinha Isménia Franco, com a convicção inabalável de quem sabe o que é “dar um novo ser à vida” e a experiência de quem hoje também já é avó.

Em entrevista à ECCLESIA, esta mulher de 66 anos recorda a “alegria” que sentiu quando pegou pela primeira vez na sua filha, depois de um parto muito complicado.

“Estive em perigo de vida, com uma grande hemorragia, e não pude gozar de imediato essa graça, só passadas 24 horas, mas mal peguei nela parece que tinha ali o mundo inteiro nos meus braços”, sublinha.

Um “sonho realizado”, um “momento sem explicação”, uma “coisa fora de série”, que “só mesmo vivendo” é que se compreende, a maternidade marca o início de um conto “grandioso” que, segundo Fátima Silva, deve ser desenvolvido “todos os dias”.

Com uma filha na pré-adolescência, o maior desafio passa por conseguir “entrar no mundo” de alguém que, aos 12 anos, já quer ser reconhecida como “adulta” mas tem “muita dificuldade em comunicar”.

Ser mãe significa manter um compromisso, seja no meio da felicidade ou da adversidade, mesmo que esta passe por um parto inesperado ou uma doença complicada, como aconteceu respetivamente com Ana Duarte, que aos 18 anos foi mãe de gémeos, e Filipa Andrade, que teve um menino com trissomia 21.

“Não ter um pai ao pé dos filhos foi o maior choque”, conta Ana, que se “divorciou muito cedo” e teve de “desistir de estudar” para se dedicar aos seus dois rapazes.

Hoje com 48 anos, considera que a “responsabilidade” precoce que teve de conquistar e as dificuldades que passou desde muito nova, para criar os filhos, fez com que tudo ainda valesse mais a pena.

“Todos os dias estou com eles e tenho de lhes dar carinhos e a minha opinião sobre certas coisas. Ser mãe é tudo”, confidencia.

“Ser mãe é saber amá-los e eles perceberem que são amados incondicionalmente”, acrescenta Filipa Andrade, que esperou 10 anos até conseguir realizar o sonho de ser mãe.

Olhando para trás, esta enfermeira de profissão recorda com humor aquele tempo, dizendo que “começou a ser mãe pelos sobrinhos, primeiro”.

Depois de chegar a Joana, “uma princesa” hoje com 12 anos, veio o João, atualmente com seis.

Logo a seguir ao parto, o bebé foi internado no serviço de neonatologia, por ter “baixo peso”, mas no dia a seguir os pais foram informados de que ele tinha trissomia 21.

“Quando recebi a notícia não me espantei, porque já tinha começado a fazer o luto do bebé saudável”, conta Filipa Andrade, recordando os sinais que foram sendo dados ao longo da gravidez.

No entanto, apesar dos momentos mais complicados e de “muito trabalho”, tudo “valeu a pena”.

“Esta criança, tem-nos ensinado a sermos mais simples, a darmos valor ao que é importante, tem unido a nossa família ainda mais”, reforça.

A emissão do próximo domingo do programa ECCLESIA na Antena 1, a partir das 06h00, vai ser totalmente dedicada ao Dia da Mãe e inclui um testemunho da Associação Mãos Erguidas, que tem como missão ajudar as mulheres a rejeitarem o aborto.

PRE/JCP

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