Évora: Arcebispo destaca «elevado valor humano e espírito de família» do Natal nas prisões

D. Francisco Senra Coelho lamentou por celebração que «este ano não é possível viver»

Foto: Arquidiocese de Évora

Évora, 22 dez 2018 (Ecclesia) – O arcebispo de Évora afirma que a celebração do Natal nas prisões, que este não é possível assinalar, ao longo dos anos foi sendo realizada “sempre com elevado valor humano e gerador de saudável distensão e espírito de família”.

“Apenas exprimo um sentimento legitimamente humano e que cabe na expressão «lamento profundamente», escreveu D. Francisco Senra Coelho, num artigo de opinião enviado hoje à Agência ECCLESIA.

O arcebispo de Évora realça que as celebrações do Natal para os presidiários católicos, mas abertas a todos, “adquiriu generalizada simpatia de todos os que povoam” dia a dia as cadeias portuguesas.

“A celebração do Natal nos Estabelecimentos Prisionais foi assumindo tonalidades mais ou menos litúrgicas, mais ou menos preparadas ou improvisadas, com mais ou menos qualidade festiva, porém sempre com elevado valor humano e gerador de saudável distensão e espírito de família”, desenvolve.

Segundo o arcebispo todos agradeciam estas iniciativas da Igreja e “avaliavam como um elevado contributo de humanização” e lembra que quando foi capelão do Estabelecimento Prisional de Évora, entre 1986-1988, “muitas vezes” ouviu um “volte sempre!”.

“Sei que esta é também a experiência dos capelães e dos voluntários de muitos outros estabelecimentos. Verdadeiras e inesquecíveis amizades se construíram nestas circunstâncias muito exigentes e duras da vida”, realça.

D. Francisco Senra Coelho que esta sexta-feira ia estar com a população presidiária do Estabelecimento Prisional de Évora e, no próximo dia 24, em Elvas, lamenta que “não se tenha salvaguardado este direito fundamental e constitucional nas ditas “garantias mínimas”, ou nos “direitos mínimos”, da assistência religiosa e espiritual em situação de greve, como as que estão a decorrer.

“Trata-se a meu ver de um preocupante e sintomático Sinal dos Tempos a merecer atenta leitura e séria reflexão da parte de todos os que se preocupam com a qualidade da nossa cidadania e com o nível humano e civilizacional da nossa sociedade”, desenvolveu.

No artigo ‘o Natal nas prisões que este ano não é possível viver’, o arcebispo de Évora destaca que a presença da Igreja Católica na pastoral específica das prisões realiza-se há vários anos e “em muitos se deram grandes convulsões e se viveram vicissitudes e transformações sociopolíticas de grande relevo, inclusive de caráter revolucionário.

“O direito fundamental da pessoa humana à liberdade religiosa foi sempre garantido, muito mais no Natal. Neste ano 2018, não é assim”, observa o arcebispo de Évora com votos de “Santo Natal e Abençoado Ano Novo”.

CB

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