EXPO’98: A história de dois pavilhões que marcaram a Exposição Universal inaugurada há 20 anos

Um ambiente de recolhimento no espaço inter-religioso e 150 obras de arte no Pavilhão da Santa Sé 

Lisboa, 22 mai 2018 (Ecclesia) – O Pavilhão da Santa Sé o Pavilhão Inter-religioso marcaram a história da EXPO’98, inaugurada há 20 anos em Lisboa, sobre o tema ‘Os oceanos: um património para o futuro’.

O Pavilhão Inter-religioso foi um espaço que resultou da colaboração de diversas confissões religiosas presentes em Portugal que se uniram para oferecer aos visitantes da Exposição Internacional de Lisboa de 1998 um local de recolhimento e oração.

“A dimensão religiosa não pode estar ausente de um acontecimento destes, uma vez que faz parte da dimensão social e humana de todos os tempos”, disse na altura o comissário representante da Igreja Católica, D. António Vitalino, em declarações à Agência ECCLESIA.

O Pavilhão Inter-religioso foi desenhado pelo arquiteto Líbano Monteiro de acordo com outros dois arquitetos, um da comunidade Bahá’i e outro da AEP – Aliança Evangélica Portuguesa.

“Não importa muito se os significados são percebidos racionalmente, o ambiente deve ser imediatamente propício ao repouso, recolhimento e oração”, escreveu o arquiteto no Semanário Agência ECCLESIA (nr. 683, de 10 de junho 1998).

Os visitantes tinham dois espaços “característicos e diferentes”, um para momentos de recolhimento e oração, que convidava ao “silêncio e ao transcendente”, e outro de exposições onde cada confissão religiosa apresentou elementos para se darem a conhecer.

Segundo D. António Vitalino, atualmente bispo-emérito de Beja, os dias foram divididos consoante a “representatividade” das religiões em Portugal mas também no “exterior”, ou seja, tiveram em conta os “possíveis visitantes”, e ainda um fator económico, afinal, cada religião suportou os custos consoante a percentagem de dias atribuídos.

A Santa Sé também esteve presente na EXPO’98, em Lisboa, e como é habitual expôs “obras de arte de grande qualidade”, lê-se no Semanário Agência ECCLESIA, de 13 de maio de 1998.

Entre 22 de maio e 30 de setembro de 1998, na Exposição Internacional de Lisboa, o Pavilhão da Santa Sé ocupou dois módulos, num total de 648 m2, com quatro áreas – receção, serviços técnico-administrativos, exposição e zona de recolhimento – na zona internacional norte.

‘Os oceanos: um património para o futuro’ foi o tema geral da exposição que comemorou os 500 anos dos Descobrimentos Portugueses e atraiu quase 10 milhões de visitantes (9.637.451 pessoas), ao longo de cinco meses.

‘Fonte de Vida’, enquadrado numa perspetiva teológica, foi o tema do pavilhão Santa Sé que apresentou 150 obras de arte – pintura, escultura, têxteis, ourivesaria – de todas as dioceses católicas de Portugal, dos Museus do Vaticano e de Israel.

“Materializam os episódios bíblicos mais significativos, relacionados com a temática referida, pondo em relevo a ligação estreita entre a água e diversas alfaiais litúrgicas”, informava a comissária geral-adjunta do Pavilhão da Santa Sé, Maria Natália Guedes, no semanário católico número 679, que antecipou a abertura da exposição mundial.

Por exemplo, no dia 29 de junho, festa de São Pedro, outras obras de arte enriqueceram o recinto da Expo’98 e em todos os recintos de espetáculo atuaram diversos coros.

No último dia da exposição mundial estiveram 200 mil pessoas no recinto da Expo’98 e na memória, onde cresceu a comunidade católica da Paróquia Nossa Senhora dos Navegantes, perduram, por exemplo, os famosos vulcões de água, o Oceanário e a mascote, o Gil.

CB/PR

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