Família: Casal  do Senegal veio pela primeira vez a Fátima para participar no Encontro Internacional das Equipas de Nossa Senhora 

A Igreja Católica tem ajudado a «encontrar meios para ousar ir adiante», salienta Marie Françoise Diouf

Fátima, 19 jul 2018 (Ecclesia) – O Encontro Internacional das Equipas de Nossa Senhora trouxe pela primeira vez a Fátima o casal Augustin e Marie Françoise, provenientes de Dakar, no Senegal.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, os dois representantes africanos deram a visão do seu continente acerca do sentido que o sacramento do matrimónio continua a ter na sociedade, e do papel que este movimento católico está a ter no apoio às famílias.

Para Marie Françoise Diouf, foi “reconfortante” encontrar em Fátima “tantos casais” – mais de 4 mil – e muitos deles “mais velhos”, uma realidade bem diferente do que acontece no seu país.

Algo que para si “reforça a convicção de que o sucesso do matrimónio é possível” e que deve animar também “todos quantos hoje estão reticentes e que questionam a opção pelo casamento católico”.

Sobre o envolvimento nas ENS, esta ‘equipista’ senegalesa, que em conjunto com o marido foi responsável de setor até há bem pouco tempo, destaca a mais-valia que ele representa para a relação em casal.

“Para sermos mais solidários, mais sensíveis, mais tolerantes na relação um com o outro, e seguirmos aquilo que Deus espera de nós na nossa vida conjugal”, salientou.

Embora hoje os desafios do matrimónio católico sejam comuns aos vários continentes, cada território tem as suas especificidades.

De acordo com Augustin Raymond Ndiaye, o que faz a diferença entre o Ocidente e África, é a maior abertura ao outro, a forma mais alegre de viver.

“Os jovens africanos têm esta alegria de viver, que talvez se esteja a perder um pouco aqui no Ocidente, porque os jovens fecham-se mais. É talvez esta singularidade, este calor que temos ao nível de África, e do Senegal em particular”, reconheceu.

No entanto, permanecem obstáculos comuns que importam vencer, e para os quais todas as forças da sociedade, não só a Igreja Católica, os seus movimentos, mas inclusivamente os media devem canalizar forças.

“Vocês que têm esta missão, têm a possibilidade de mostrar aos jovens que existem outras coisas para além da guerra, das armas, o dinheiro, que o capitalismo que conhecemos. Que há esta fraternidade que busca a paz interior, esta alegria que podemos partilhar em conjunto, de podermos viver em harmonia entre todos”, completou Augustin Raymond Ndiaye.

A conversa com o casal africano tocou também o trabalho que a Igreja Católica, e o Papa Francisco, tem feito em prol da preservação do valor da Família, e do matrimónio.

“Os responsáveis religiosos sabem que temos desafios novos no mundo a realçar. E que é preciso pensar acerca desses problemas”, apontou Marie Françoise Diouf, recordando o mais recente Sínodo dos Bispos dedicado à Família.

Que permitiu ao Papa Francisco presentear o mundo “com esta maravilha que é a exortação apostólica A Alegria do Evangelho”.

Apontando as dificuldades, “o Papa deixa também várias soluções para permitir aos jovens, mesmo que ainda não sejam casados, de poderem encontrar os meios para ousar, para ousar ir adiante, no casamento religioso, que é possível viver a vida com Cristo”.

E desafia a sociedade a “não dar muita importância ao casamento enquanto festa, enquanto celebração superficial, mas a dar importância ao sagrado”.

Marie Françoise Diouf salientou que “quando se dá relevância ao sagrado encontra-se a força necessária para a fé e o cimento necessário para a vida conjugal”.

“Daí que os jovens devam compreender que, neste mundo virado do avesso, neste mundo onde já não se acredita em nada, neste mundo onde mesmo a união entre homem e mulher está a ser questionada, é preciso ter os olhos bem abertos e não ceder a todas estas tentações fáceis. E devam saber que o caminho que Deus traçou para o Homerm continua o mesmo: um homem e uma mulher unidos pelo sacramento do matrimónio e chamados à vocação da santidade”, concluiu.

O Encontro Internacional das Equipas de Nossa Senhora prossegue em Fátima até ao próximo sábado, com mais de oito mil participantes, cerca de quatro mil casais de 75 países, dos vários continentes.

JCP

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