Igreja/Arte: Faleceu a escultora Clara Menéres (1943-2018)

Santuário de Fátima sublinha «forte ligação» com a artista

Lisboa, 11 mai 2018 (Ecclesia) – A escultora e professora catedrática Clara Menéres, autora com de referência no diálogo entre Arte e Fé, em Portugal, faleceu esta quinta-feira aos 74 anos de idade.

O Museu do Santuário de Fátima divulgou, esta madrugada, uma nota onde elogia a obra desta escultora, que trabalhou por diversas vezes e em “momentos-chave” da vida do Santuário de Fátima.

Clara Menéres é autora da imagem criada para o túmulo de Santa Jacinta, aquando da sua beatificação, em maio de 2000; assinou ainda o presépio, criado em 2010, para o presbitério da Basílica da Santíssima Trindade.

Em 2016, Santuário recorreu à escultora para celebrar o Centenário das Aparições do Anjo, pedido que resultou numa peça artística que se encontra sobre a porta da capela do Anjo da Paz.

“Também a Clara Menéres o Santuário de Fátima recorreu como conselheira artística, nomeadamente quando a chamou a integrar os membros de júri de importantes concursos, como o que levou à criação das esculturas de Francisco e Jacinta (no recinto de oração) e à criação das obras de arte do novo presbitério inaugurado em 2016”, informa a nota assinada pelo diretor do Museu do Santuário de Fátima, Marco Daniel Duarte, e enviada à Agência ECCLESIA.

É da sua autoria a moeda comemorativa do Centenário das Aparições emitida pela Imprensa Nacional-Casa da Moeda.

Clara Menéres era professora emérita da Universidade de Évora, escultora e investigadora em Arte, diplomada em Escultura pelas Belas Artes do Porto e doutorada em Etnologia pela Universidade de Paris VII; foi consultora da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, da Conferência Episcopal Portuguesa.

O Ministro da Cultura, Luís Filipe de Castro Mendes, lamentou hoje “profundamente” a morte da escultora, que considera “uma artista de referência no panorama das artes e do ensino artístico em Portugal”.

“A sua obra, com inspiração em referências existenciais e religiosas, era simultaneamente um gesto de intervenção cultural, social e política. Acompanhou o nascimento da democracia portuguesa e a abertura do país às artes, ao conhecimento e à liberdade de criação e de pensamento. No pós 25 de abril dedica-se ao percurso académico e de investigação e desenvolveu às suas teses em etnologia e estudos visuais, em França e nos Estados Unidos, como bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian e da Fundação Luso Americana. Entre a escultura e a intervenção de arte pública, a obra de Clara Menéres reflete sobre temas da existência humana e dos mitos etiológicos, criando um diálogo entre a ancestralidade e a natureza”, refere a nota enviada à Agência ECCLESIA.

OC

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