Igreja/Cultura: «Cister no Douro», o claustro testemunha da história e do património

Exposição patente na estação da Casa da Música do Metro do Porto, até 10 de novembro

Porto, 27 out 2014 (Ecclesia) – A exposição multimédia ‘Cister no Douro’, na estação da Casa da Música do Metro do Porto, pretende despertar o interesse para a herança da ordem monástica na região património da humanidade até ao dia 10 de novembro.

“É um projeto que não pretende trazer o património até às pessoas, porque está nos locais e deve ser visitado, mas sobretudo abrir uma porta para esse património e a melhor forma foi efetivamente interpretar o património, construir em redor dessa interpretação uma instalação”, revela o comissário da exposição à Agência ECCLESIA.

Nuno Resende explica que a exposição multimédia foi pensada na forma de um claustro que “é a base em redor da qual se desenvolve a vida monástica de Cister”, uma das ordens responsáveis pela construção do Douro atual.

“Grande parte da paisagem do Douro deve-se à intervenção das ordens religiosas, nomeadamente a Ordem de Cister que chegou relativamente cedo a Portugal (século XII), ainda a nação estava a construir-se”, desenvolveu.

Na exposição organizada pela Direção Regional de Cultura do Norte, pelo Museu de Lamego e pelo projeto Vale do Varosa, o visitante encontra o bloco que demonstra a “estrutura do claustro” e tem acesso “a um vídeo e a uma experiência de som e imagem que o vai transportar para vários séculos de história desde a chegada da ordem a Portugal, da ocupação de lugares que já estavam imbuídos de um caráter espiritual”.

Nesse sentido, o entrevistado, também comissário cientifico da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, destaca a construção da paisagem pelos monges cisterciense nos “caminhos, pontes e todas as técnicas relacionadas com o cultivo, não apenas do vinho”.

“As próprias casas monásticas eram centros de saber, constituíam repositórios de arte e de cultura que ainda hoje, pelas dimensões e características, são polos de difusão e concentração cultural”, acrescenta Nuno Resende.

O comissário da exposição destaca também a ação da ordem religiosa e cimentar “de certa forma” a unidade cultural da Europa “muito antes de se pensar numa União Europeia.

“Isso também me parece muito curioso num projeto que é financiado por fundos comunitários e tem subjacente a ideia da globalidade e do espaço europeu”, acrescentou.

A organização pretende que este “claustro” seja itinerante e chegue a mais pessoas.

“Nós optamos por locais onde essencialmente haja público e que tenham a possibilidade de chamar a atenção. Estamos a pensar que a exposição seja efetivamente itinerante e que tenha a possibilidade de por exemplo ir a Lisboa, e inclusive ao estrangeiro, nomeadamente a Espanha”, revela o comissário.

Presente na Estação da Casa da Música do Metro do Porto até ao dia 10 de novembro, ‘Cister no Douro’ é um convite a visitar esta região e encontrar, para além da paisagem do Douro vinhateiro, o valor patrimonial e cultural de Lamego.

CB

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