Igreja/Sociedade: Prémio D. António Francisco dos Santos «pretende ser um investimento em boas ações, em bem-fazer» – Padre Américo Aguiar

Uma iniciativa da Associação Comercial do Porto, Irmandade dos Clérigos e Santa Casa da Misericórdia do Porto

Foto: Irmandade dos Clérigos

Porto, 12 set 2018 (Ecclesia) – A Associação Comercial do Porto, a Irmandade dos Clérigos e a Santa Casa da Misericórdia do Porto distinguiram projetos de apoio aos refugiados e população desfavorecida na cidade, dos Jesuítas, na primeira edição o prémio ‘D. António Francisco’.

“Queremos que no Porto se faça a diferença, a cidade que fez das tripas coração queremos que continue o apoio aos mais desprotegidos”, disse o padre Américo Aguiar, presidente da Irmandade dos Clérigos aos jornalistas.

O sacerdote explicou que foi uma realidade que descobriram e quiseram “divulgar e premiar” para que seja “o dia a dia cada vez mais próximo daqueles” que, como dizia um galardoado ao citar D. António Francisco dos Santos, «os pobres não podem esperar».

“Foi uma alegria descobrirmos o quanto de bem se faz na nossa cidade”, desenvolveu.

O galardão de 75 mil euros foi atribuído no Palácio da Bolsa, esta terça-feira, no primeiro aniversário da morte de D. António Francisco dos Santos, bispo do Porto, que faleceu aos 69 anos na sequência de um problema cardíaco, na Casa Episcopal da diocese.

“Este prémio material pretende ser um investimento em boas ações, em bem-fazer”, acrescentou o padre Américo Aguiar.

O presidente da Irmandade dos Clérigos comentou que, nos últimos tempos, “sempre que há eleições na Europa é uma aflição, um sofrimento”, e considera que se tem de fazer “o trabalho de casa” e todos – sociedade, Igreja, políticos, partidos – não podem “só ficar aflitos quando o fogo está a chegar às calças”.

“Às vezes surgem alguns incidentes que colocam os portugueses como racistas, xenófobos, mas na nossa matriz existe o encontro de cada um com os outros e, como dizia D. António, «todos cabemos no coração de Deus»”, desenvolveu.

Já o provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto realçou que a instituição tinha de ser uma das promotoras do prémio, afinal, “sempre se identificou muito” na maneira de “estar e ser” do falecido bispo do Porto.

“Era uma pessoa muito dedicada ao próximo com o próximo; O facto de termos elegido os refugiados é uma mensagem que quisemos passar de paz, de cooperação”, acrescentou António Tavares.

Segundo o responsa´vel, a Santa Casa da Misericórdia do Porto tem “plena consciência” que existe “quem não tem acesso a níveis de qualidade de vida, de proteção social” e é nisso que têm “estado muito atentos” e a ser um “apoio a favor da dignidade da pessoa humana”.

A Associação Comercial do Porto é outra das entidades promotoras do prémio e o seu presidente realça que existem para “promover a ilustração e prosperidade da região”, sendo que a “coesão social é fator preponderante de desenvolvimento económico”.

Sobre D. António Francisco dos Santos, Nuno Botelho recorda que “emocionava a cada momento” que estavam com o bispo do Porto entre 2014 e 2017, e sua forma de se relacionar com as pessoas, como “abordava os temas, os problemas, abria ainda mais os horizontes para essas necessidades”.

“É quase uma obrigação da cidade, enquanto Diocese do Porto estar atenta ao legado que deixou de atenção aos próximos, de olhar a quem precisa e nunca esquecer que um dia podemos ser nós”, acrescentou o presidente da Associação Comercial do Porto.

Para além da sessão solene de atribuição do «Prémio D. António Francisco», a Diocese do Porto lembrou a memória de D. António Francisco dos Santos com uma Eucaristia na Sé, onde o bispo diocesano recordou o “exemplo de simplicidade” do seu predecessor.

HM/CB

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