Leiria-Fátima: Bispo encontra-se com os jovens para «abrir horizontes» e partilhar «pistas» de reflexão

«Procuro tirar teias de aranha que andam na cabeça de muita gente» – D. António Marto

Foto: AE/LSF; D. António Marto, bispo Leiria-Fátima, na Marinha Grande

Leiria, 19 jan 2019 (Ecclesia) – O bispo de Leiria-Fátima afirma que pretende “fazer uma conversa em família” com os jovens da diocese, respondendo às suas perguntas nos encontros vicariais onde não procura “fazer sermão”, nem “dar uma aula de Teologia”.

“Procuro tirar teias de aranha que andam na cabeça de muita gente relativamente ao que é ser cristão praticante, não praticante, ao que é ser Igreja”, disse D. António Marto, esta sexta-feira, à margem do encontro na Marinha Grande.

Em declarações à Agência ECCLESIA, observa que “não se trata de saírem completamente transformados, convertidos” mas iniciar um processo, “como diz o Papa Francisco”, e depois “farão caminho e a gente descobrirá novas perspetivas”.

O bispo diocesano assinala que “muitos reduzem a Igreja sempre ao bispo, ao padre”, como se fosse multinacional religiosa “com central no Vaticano”.

Nos encontros vicariais com os jovens, de portas abertas para receber todos que queriam participar a partir dos 16 anos de idade, D. António Marto quer, “sobretudo, abrir horizontes e deixar pistas” para poderem “refletir, pensar e deixar interrogações”.

Neste contexto, explica que procura “dar perspetivas positivas” e não aborda as questões da juventude “em termos de condenações”, como no caso da sexualidade que “foi um tema tabu e hoje é inflacionado” e pensa-se que “a Igreja só pensa em termos de condenação”.

Os encontros com os jovens são “para os ouvir, sobretudo escutar, em primeiro lugar”, as perguntas que “propõem” a D. António Marto depois de terem sido preparadas nas paróquias, selecionadas e enviadas ao bispo para ir preparado.

Esta noite, o quinto encontro com a juventude é na Paróquia de Milagres, e o bispo diocesano adianta que, “normalmente, a primeira questão” é sobre “o que significa hoje ser cristão e ser cristão praticante”, como podem também “dar testemunho” nas suas realidades, “onde vivem, “na escola, na profissão, nos ambientes de divertimento”.

Depois há o tema da “espiritualidade e oração” que é uma “surpresa” mas “significa que os jovens estão muito atentos a esta questão”.

Os jovens também se interessam sobre as chamadas “questões fraturantes”, relativas à “sexualidade humana, ao aborto e à eutanásia”, bem como, do seu lugar na Igreja e o que é que “pode oferecer aos jovens”, “o que é Igreja e para que serve”, bem como “o problema das vocações e soluções, o celibato”.

‘Quem és Tu, Senhor?’ é a pergunta que serve de ponto de partida para as reuniões que começaram no dia 5 de janeiro e terminam a 23 de março.

“Este primeiro ano é mais dedicado ao despertar da fé, neste mundo juvenil”, realça o bispo diocesano, adiantando que o programa dedicado à pastoral juvenil “já estava previsto antes” do Sínodo dos Bispos sobre ‘os jovens, a fé e o discernimento vocacional’, realizado em outubro 2018.

A Diocese de Leiria-Fátima está a viver o primeiro ano de um biénio pastoral dedicado ao tema ‘Jovens, Fé e Vocação’ e uma das iniciativas programadas é um encontro do bispo diocesano com os jovens, nas nove vigararias.

“Têm corrido muito bem e tem havido sintonia, compreensão de linguagem embora me sinta de outra geração e faço todo o esforço para ser acessível e percetível”, analisa D. António Marto.

Um encontro presencial mas o bispo de Leiria-Fátima também está ligado aos jovens através das redes sociais, nomeadamente com a sua conta no Instagram – antonio.a.marto – onde “sai sempre alguma fotografia com alguns grupos” destes encontros e “sobe logo a cotação do gosto”.

LFS/CB

 

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