Lisboa: Patriarcado lembrou D. José Policarpo, um ano depois

D. Manuel Clemente destacou o «grande legado» do seu predecessor

Lisboa, 12 mar 2015 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa recordou hoje o seu predecessor, D. José Policarpo, pela sua “fidelidade” e “esperança”, durante a Missa pelo primeiro ano do seu falecimento.

“[D. José Policarpo] foi sacerdote e bispo em tempos de profundas mudanças em Lisboa como na Igreja em geral, antes, durante e depois do Concílio Vaticano II. Muitas vezes até por nós que éramos mais novos, acertar no rumo, ver qual era o caminho. Foi muito importante termos um homem com a lucidez e com a fidelidade do D. José Policarpo e antes como padre tão perto de nós”, destacou D. Manuel Clemente, na homilia que proferiu no panteão dos Patriarcas, na igreja de São Vicente de Fora, em Lisboa.

O cardeal-patriarca recordou palavras proferidas na última homilia pública de D. José Policarpo “à frente da diocese”, na ordenação de sacerdotes no Mosteiro dos Jerónimos, a 29 junho 2013.

“Agora é bom lembrar, porque também nos confirma no caminho que era o dele e agora o nosso”, referiu aos jornalistas, no final da celebração.

Para D. Manuel Clemente, estas palavras dão “nota da fidelidade que era muito própria dele” e da preocupação em “avançar” no que devia avançar, concretamente o que “tinha sido feito noutras circunstâncias, o que havia sido dito”, com os “pés bem firmes” em caminhos que a Igreja Católica trilha há dois mil anos.

O cardeal-patriarca destaca que o seu antecessor “era muito esperançoso”, porque “olhava” para os diversos acontecimentos, na diocese, na Conferência Episcopal Portuguesa e em Roma com a “certeza de um Deus que não abandona o mundo”.

“Ele sabia discernir evangelicamente no meio dos acontecimentos às vezes o mais contraditórios onde é que estava essa presença e fazia-nos ver que não estamos sós, que o Evangelho há de abrir caminho”, desenvolveu.

Na homilia, o cardeal-patriarca recordou que conhecia D. José Policarpo desde os tempos em que era jovem sacerdote e que foi ele que o acolheu quando entrou “para o seminário” e depois acompanhou esse “homem fiel” como vice-reitor no seminário, no bispado e na Conferência Episcopal Portuguesa.

Neste contexto, D. Manuel Clemente considera que o legado deixado à Igreja de Lisboa “é grande” e comentou que a obra escrita do seu antecessor “deve ser objeto de leitura, meditação, reflexão”.

“E também pela maneira como viveu e serviu como bispo e patriarca esta diocese que foi sempre a sua. Deixou marca em todos aqueles que ele falou, foi colega e depois bispo”, concluiu o cardeal-patriarca.

D. José Policarpo, 16.º patriarca de Lisboa, faleceu na capital portuguesa a 12 de março de 2014, aos 78 anos.

CB/OC

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