Migrações: Proximidade é marca da Missão Católica Portuguesa no Luxemburgo e em Bruxelas

Ação junto das comunidades portuguesas na diáspora em destaque no programa «70X7»

Lisboa, 11 ago 2018 (Ecclesia) – A Missão Católica Portuguesa no Luxemburgo e em Bruxelas aposta na proximidade aos migrantes portugueses e a toda a comunidade cristã e humana, como é exemplo o serviço dinamizado pelas Servas de Nossa Senhora de Fátima (SNSF).

“As pessoas são muito próximas de nós, e também nos sentimos muito próximas delas”, afirma a superiora da comunidade das SNSF no Luxemburgo.

Em declarações à Agência ECCLESIA, a irmã Perpétua Coelho exemplifica que essa proximidade se manifesta também na partilha de “pequeninas coisas”, como “frutos da terra” cultivados no “Jardim dos Portugueses”.

Depois, a colaboração da comunidade portuguesa estende-se à diocese, com as pessoas “inseridas num trabalho diocesano”, num “nível significativo”.

Isabel Machado é catequista há um ano, numa sala com crianças portuguesas e cabo-verdianas, todas “parte da mesma família”, sem “problemas de integração”, onde “o português é a língua comum”.

“É apaixonante trabalhar com a comunidade portuguesa, porque nos interpela. A Igreja manifesta esta preocupação de ter alguém que os pode acompanhar”, salientou, por sua vez, o padre Sérgio Mendes.

O sacerdote acrescenta que, “às vezes, não é fácil” chegar às pessoas para planear o serviço pastoral e as reuniões são aos “fins de semana ou à noite”.

A realidade eclesial no Luxemburgo está em transformação: a arquidiocese e capital do Grão-Ducado só tem uma paróquia e há templos que fecham ou são cedidos.

“Um corte afetivo muito doloroso”, revela a irmã Perpétua Coelho, que destaca coisas “bonitas” como “quando abre as portas ao migrante é verdadeiramente católica”.

Em Bruxelas, capital da Bélgica, a comunidade portuguesa reúne-se na igreja de São Gil e o leigo José Pedro, que anima a Eucaristia, adverte para “um desligar que dá a impressão que a fé desapareceu”, observando que tal “não é verdade”.

Neste contexto, destaca que sentem “a necessidade dos casais procurarem algo forte, uma Aliança”, e exemplo disso é Sara Pina, que se prepara para o casamento.

“Tem outro significado, é a nossa comunidade. Esta preparação deu outro sentido ao matrimónio e à nossa fé, também”, acrescentou.

Os jovens não são o grupo mais expressivo, mas estão a assumir uma presença mais esclarecida e empenhada, como Vanessa Vieira “chamada ao Batismo há mais ou menos dois anos”.

“Desde o ano passado estou a ter um relacionamento não só com a comunidade cristã portuguesa mas também com Deus no meu quotidiano”, explicou.

Francisco Gonçalves que começou a “ir à Missa mais regularmente há cerca de três anos”, por causa da tia-avó, depois sentiu necessidade “de ir de novo”.

O padre Eric Vancraeynest, auxiliar do bispo para as comunidades católicas de origem estrangeira na Diocese de Malines-Bruxelas, realça que a pastoral passa por “primeiro acolher os emigrantes, os estrangeiros na sua própria língua”, para que criem “laços com as comunidades locais francófonas ou neerlandesas”, participando “na vida da Igreja”.

Em Bruxelas, o exemplo mais visível da dimensão pública da fé dos portugueses é a procissão de velas que “leva uma devoção mariana para as ruas” e começa a cativar os belgas.

A Missão Católica Portuguesa no Luxemburgo e na Bélgica, a partir do serviço das Servas de Nossa Senhora de Fátima, é o destaque do programa «70X7», deste domingo, a partir das 13h30, na RTP2, o primeiro dia da Semana Nacional das Migrações 2018 em Portugal.

HM/CB/OC

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