Movimentos: Caminho Neocatecumenal mostra que a «Igreja está viva», diz sacerdote português após celebração em Roma

Representantes de 134 países, incluindo Portugal, celebraram com Papa Francisco os 50 anos do movimento

Lisboa, 09 mai 2018 (Ecclesia) – O padre Edgar Clara, do Patriarcado de Lisboa, participou no recente encontro mundial celebrativo do Caminho Neocatecumenal em Roma e afirma que o que “mais impressionou” foi “a disponibilidade de muitos cristãos” em partir para evangelizar noutros países e comunidades.

“Estes encontros são sempre uma lufada de ar fresco para vermos como a Igreja está viva, como o Senhor continua a chamar homens e mulheres. O que mais me impressionou é realmente a disponibilidade de muitos cristãos, foram enviadas 34 famílias”, disse o sacerdote à Agência ECCLESIA.

No encontro mundial do movimento católico, a 5 de maio, o Papa Francisco abençoou 34 grupos que vão em missão ‘ad gentes’ para várias partes do mundo, sítios “onde já não existem cristãos” ou onde “os bispos dizem” que têm “dificuldade em implementar a Igreja”.

“É uma revitalização. O Caminho Neocatecumenal não é apenas para si próprio, para bem pessoal, mas tendo terminado todo o percurso catequético as pessoas entram num percurso de missão, são convidadas a dar o que receberam”, desenvolve.

Os membros das equipas partem, procuram trabalho, inserem-se nas comunidades, “não vão de fora para dentro”, e o padre Edgar Clara exemplificou que são constituídas por “três ou quatro famílias, algumas raparigas, um padre, um celibatário”.

Neste contexto, realçou que existem diversos portugueses pelo mundo, como Escócia, França, Luxemburgo, Hamburgo na Alemanha, no Vietname e na China.

No encontro também foram enviadas 25 comunidades de paróquias italianas para outras onde também “não existe ninguém ou a comunidade está muito fraca”: “Passam a ir ali à Missa, a estar com as outras pessoas, ajudar na catequese, como ministro da comunhão, visitar os doentes”.

Da viagem a Roma, o sacerdote do Patriarcado de Lisboa conta que esteve na paróquia romana dos Santos Mártires Canadenses onde estavam “irmãos ortodoxos”.

Segundo o padre Edgar Clara, “alguns padres e bispos” da Igreja Ortodoxa pediram ao fundador do movimento para “replicar esta iniciação à fé”.

“É curioso perceber como estavam católicos e ortodoxos que, mantendo a própria identidade, vivem esta comunhão”, observa.

Foram cerca de 150 mil membros do Caminho Neocatecumenal de todo o mundo que estiveram com o Papa Francisco pelo 50.º aniversário do movimento, em Tor Vergata, nos arredores de Roma.

“Impressiona a quantidade de pessoas que ali estava”, recorda o padre Edgar Clara, contabilizando que estiveram cerca de 1000 portugueses e da sua comunidade viajaram cerca de 250 pessoas.

Das palavras do pontífice recorda que realçou que nas comunidades “uma das coisas importantes” é “o espírito da evangelização, de fazer novos filhos para a Igreja”.

Reconhecido pela Igreja Católica, como um itinerário de formação válido para a sociedade e os dias de hoje, o Caminho Neocatecumenal nasceu em Espanha, em 1964, por iniciativa do pintor e músico Kiko Argüello e da missionária Carmen Hernández, já falecida.

O movimento chegou a Portugal por volta de 1969, quando Kiko Argüello foi viver para a Penha de França, no Patriarcado de Lisboa, e, atualmente, conta com mais de 300 comunidades espalhadas pelas dioceses portuguesas.

O padre Edgar Clara recorda que conheceu o movimento quando era seminarista e depois de ordenado sacerdote (2000) passou a pertencer ao Caminho Neocatecumenal, em 2001, tendo já passado por diferentes comunidades.

O sacerdote revela que esta pertença também o tem ajudado “primeiro a não” se isolar, “a não estar fechado”, sabe que pode “desabafar, falar”, “ajuda muito a viver como cristão” e destaca que o “convívio com famílias é muito bom”.

Em Portugal existem quatro seminários Redemptoris Mater, ligados à espiritualidade do movimento católico, nas Dioceses de Beja, Évora, Lisboa e Porto.

Pelos seus 50 anos de fundação, o Caminho Neocatecumenal vai estar em destaque entre 14 e 18 de maio, no programa ‘Ecclesia’, na Antena 1 da rádio pública (22h45).

JCP/CB

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