Pastoral Operária contra redução da TSU

Conselho Nacional preocupado com a sustentabilidade da Segurança Social

Coimbra, 25 set 2011 (Ecclesia) – Os organismos católicos ligados ao mundo laboral deixaram este sábado um alerta para as consequências da diminuição da Taxa Social Única [TSU, contribuição mensal paga pelas empresas] no futuro da Segurança Social.

“A sustentabilidade da Segurança Social é ameaçada, não só pelas diminuições dos descontos provocados pelo decréscimo demográfico ou aumento do desemprego, mas também pela imposição do memorando da troika [Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional] de baixar largamente a comparticipação das empresas”, assinala o comunicado final do Conselho Nacional de Pastoral Operária (CNPO), enviado à Agência ECCLESIA.

O encontro foi realizado no Instituto Justiça e Paz de Coimbra, reunindo a JOC (Juventude Operária Católica), LOC/MTC (Liga Operária Católica/Movimento de trabalhadores Cristãos), MAAC (Movimento de Apostolado de Adolescentes e Crianças), PEMO (Padres em Mundo Operário) e REMO (Religiosas em Mundo Operário).

A nota fala numa “realidade muito marcante de desemprego, de salários baixos e em atraso, desregulação do trabalho e dificuldades graves de muitas famílias do meio operário de todo o país”.

“A par de medidas de contenção, têm de ser pensadas e reforçadas medidas de apoio a projetos de investimento criadores de novos empregos e a uma efetiva justiça e coesão social, para que haja um verdadeiro desenvolvimento do país”, indicam as organizações católicas.

No documento, os responsáveis aludem a “novas situações de pobreza”, considerando que nas respostas para as mesmas “sobressai apenas uma vertente mais assistencialista, que não é promotora da justiça e coesão social”.

“Assistimos, diariamente, a notícias de cortes em áreas sociais essenciais e o aparecimento de mais impostos que geram mais desemprego, pobreza, desestruturação familiar, condições de vida miseráveis, violência, aumento de sentimentos de xenofobia e outros problemas sociais de extrema gravidade”, pode ler-se.

O CNPO admite a necessidade de redução das despesas e apela à criação “de hábitos de poupança e de uma reeducação financeira das famílias”.

“Queremos dar voz à nossa indignação perante todas as formas de exclusão, provocadas pelo desemprego ou exploração no trabalho e reafirmar a nossa confiança na conjugação de esforços de forma a construir uma sociedade mais justa e fraterna”, conclui o documento, assinado por Américo Monteiro Oliveira, coordenador nacional da Pastoral Operária.

OC

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