Pastoral Operária: Cristãos opõem-se a «despedimentos por razões económicas» e a «empregos precários e mal pagos»

Movimento Mundial de Trabalhadores publica mensagem para o 1.º de Maio

Lisboa, 30 abr 2013 (Ecclesia) – O Movimento Mundial de Trabalhadores Cristãos (MMTC) lançou um apelo à construção de “uma sociedade mais fraterna e igualitária”, sem “despedimentos por razões económicas” ou “empregos precários e mal pagos”.

Na mensagem para o 123.º Dia do Trabalhador, enviada à Agência ECCLESIA pela Liga Operária Católica, a instituição evoca os 200 milhões de desempregados nos cinco continentes.

“O mundo vive sob a ameaça de um desmoronamento da economia. Os trabalhadores e as trabalhadoras são as primeiras vítimas: são despedidos das empresas, sofrem reduções de salários e são forçados a realizar longas horas de trabalho”, refere o documento alusivo ao 1.º de Maio.

Para o MMTC o “grande problema” do mundo laboral reside na “desregulação” e “perda de direitos sociais fundamentais”: “Segundo um relatório da OCDE, 60% dos trabalhadores ou trabalhadoras no mundo não têm um contrato e estão mais expostos à insegurança do trabalho”.

“As riquezas” do mundo pertencem “apenas a 1% de privilegiados”, em vez de serem “de todos” e servirem “o bem-estar e a qualidade de vida do conjunto da humanidade”, de modo que “as necessidades elementares de todos os cidadãos sejam garantidas”.

O documento intitulado ‘Todos pela justiça e pela dignidade humana’ convida à aliança entre os trabalhadores, dado que “os problemas gerados pela especulação capitalista e pela crise económica não podem ser resolvidos apenas por um país”.

“Como um capitalista se aproveita das fronteiras, também o mundo do trabalho tem necessidade de se unir à escala mundial e a uma estratégia solidária”, frisam os Trabalhadores Cristãos.

A “justiça de Deus”, prossegue a mensagem, “deve exceder a simples noção de um salário em função do trabalho realizado para suprir as reais necessidades de um trabalhador e da sua família”.

Os organismos laborais cristãos “podem e devem ser os olhos e os ouvidos” da Igreja, indicando-lhe os “sofrimentos e as discriminações” de que os trabalhadores “são vítimas”, defende o documento.

Referindo-se aos 50 anos do Vaticano II (1962-1965), o Movimento sublinha que a “mensagem de esperança” do concílio deve ser transmitida a “católicos, crentes de uma outra religião ou não crentes”, todos “unidos num mesmo combate”.

O MMTC deseja que a celebração do 1.º de Maio “motive a continuar a luta” com todos os trabalhadores e a Igreja, para alcançar o objetivo de construir “um mundo mais justo e mais fraterno”.

RJM

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