Património: Bispo de Coimbra e Carmelitas Descalços associaram-se aos 390 anos do Convento de Santa Cruz

Nas obras de requalificação foram encontradas imagens de Jesus, Nossa Senhora e São João Batista escondidas numa parede

Bispo de Coimbra, D, Virgílio Antunes

Mealhada, 08 ago 2018 (Ecclesia) – O bispo de Coimbra e a Ordem dos Carmelitas Descalços associaram-se às comemorações dos 390 anos do Convento de Santa Cruz, edifício histórico onde estão a decorrer obras de requalificação, na Serra do Buçaco.

“Faço votos de que aqui se conjuguem todos os esforços de que aqui possamos voltar muitas vezes e encontrar um espaço sempre melhorado”, disse D. Virgílio Antunes, esta terça-feira, lendo a mensagem que escreveu no Livro de Honra da Mata Nacional do Bussaco.

O padre Carmelita Joaquim Teixeira destacou que “todas as vezes” que algum representante dos Carmelitas Descalços se desloca para “visitar espaços de grata memória” para a ordem religiosa “sente-se na sua própria casa”.

“Não só porque aqui vivemos em tempos idos mas porque os atuais responsáveis desta fundação assim o fazem sentir”, desenvolveu o sacerdote, manifestando “gratidão” e “profundo reconhecimento” pelo trabalho e missão ali desenvolvidos.

Simbolicamente, D. Virgílio Antunes e o padre Joaquim Teixeira, pela Ordem dos Carmelitas Descalços, plantaram uma árvore, cada um, na Mata Nacional do Bussaco, para a qual se pretende que alcance a distinção de Património Mundial da UNESCO.

Em declarações ao Jornal da Mealhada, D. Virgílio Antunes revelou que acalenta “o sonho” da presença ali de uma pequena comunidade de Carmelitas que “mantivessem a reflexão, o espaço de oração e esta ligação histórica”.

O bispo de Coimbra realçou que a vontade dessa presença religiosa não é apenas pela preservação histórica mas para atualizar “a realidade e potenciar a procura de espiritualidade na perspetiva cristã”.

A Fundação Mata do Bussaco e a Câmara Municipal da Mealhada assinalaram os 390 anos do Convento de Santa Cruz, esta terça-feira, dia 7 de agosto, e o programa comemorativo incluiu uma visita às obras de requalificação do convento, que se prevê estarem concluídas em março de 2019.

Os visitantes foram informados dos trabalhos que estão a ser desenvolvidos e ficaram a saber que foram encontradas imagens religiosas “escondidas” numa parede, que já tinha sido uma passagem.

O arqueólogo Nuno Silveira, que está a acompanhar as obras, explicou que as imagens são de Jesus – sentado e virado para o altar -, em terracota, de Nossa Senhora e de São João Baptista, ambos em calcário, que estão “fragmentadas” e foram encontradas durante as picagens das paredes.

O Convento de Santa Cruz do Bussaco está fechado ao público para as referidas obras de requalificação e recuperação, que incluem as Capelas dos Passos da Via-Sacra, desde março desde ano.

O Casino do Luso acolhe atualmente uma exposição com peças de Arte Sacra do espólio do convento – pinturas em óleo sobre tela, madeira e cortiça, esculturas policromadas em suporte de madeira, bustos relicários, grupos escultóricos em suporte cerâmico e paramentaria religiosa – do século XVII ao século XIX, até 31 de outubro deste ano.

CB

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