Porto: Jornadas de Teologia evocaram sensibilidade social de D. António Francisco dos Santos

Padre Adélio Abreu sublinha necessidade de dialogar com a «realidade presente»

Porto, 01 fev 2018 (Ecclesia) – O padre Adélio Abreu afirmou que as jornadas de Teologia da Universidade Católica Portuguesa (UCP) – polo do Porto, que se concluíram hoje, ajudaram a promover a reflexão teológica em diálogo com “a realidade presente”.

O sacerdote da Diocese do Porto,também diretor-adjunto da Faculdade de Teologia da UCP, proferiu uma conferência sobre «O catolicismo social oitocentista em Portugal e no Porto: A intervenção do cardeal D. Américo» e sublinhou que esta iniciativa pretendeu “responder a um repto lançado por D. António Francisco Santos”, que faleceu em setembro de 2017.

“A questão social e da caridade estava marcadamente no coração de D. António Francisco Santos”, disse à Agência ECCLESIA, evocando uma “atenção permanente” aos problemas concretos de cada pessoa.

Falando sobre «As metamorfoses da caridade: A ação social e a Igreja do Porto», tema central das jornadas de teologia que decorreram na UCP-Porto, o padre Adélio Abreu reconhece que a caridade tem sido “uma marca distintiva do cristianismo” ao longo dos séculos.

O olhar para o passado pretendeu “radicar, historicamente, a nossa reflexão”, mas também trazê-la para a vertente contemporânea.

Algumas figuras do catolicismo social da Diocese do Porto – cardeal D. Américo, padre Leonel de Oliveira, padre Américo e D. António Ferreira Gomes –, que levantaram a bandeira social nas terras do Douro e a nível nacional,  foram objeto de reflexão.

“É fundamental a Igreja estar atenta e dar respostas às necessidades das pessoas”, sublinha o diretor-adjunto da Faculdade de Teologia da UCP, assinalando que a Universidade Católica Portuguesa tem de “ser o espaço” onde se “ajuda a refletir sobre estes modelos de ajuda”.

Já o padre Jorge Cunha, professor de Teologia da UCP, realçou que a Igreja tem “uma necessidade contínua” de atualizar a sua intervenção social junto dos mais necessitados, considerando que “não há Evangelho sem promoção humana”.

Com o magistério do Papa Francisco tem havido uma “evolução dos conceitos neste setor” por ele tem falado na intervenção social da igreja em “moldes bastantes novos”, disse à Agência ECCLESIA.

O sacerdote proferiu uma conferência nas jornadas que se iniciaram esta segunda-feira, sobre o tema «Entre evangelização e promoção social: Antigas e novas prioridades da ação da Igreja». 

“A Igreja tem condições de pensar para lá do assistencialismo” frisou.

O teólogo entende que a Igreja deve colocar “o influxo do Evangelho na raiz” de toda a realidade e que o Papa Francisco tem “dado essa abertura de ângulo” para se pensar o Evangelho como “um contributo decisivo para o mundo”.

O anterior bispo do Porto, D. António Francisco Santos, “foi o rosto da Igreja próxima e solidária que vai à periferia” e era “um amigo que todos tinham”, concluiu o padre Jorge Cunha.

LFS/OC

 

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