Santuário de Cristo Rei vai começar a liquidar a dívida este ano

A dívida do Santuário de Cristo Rei vai começar a ser abatida em 2010, depois de nos anos anteriores a prioridade ter sido a de criar condições para atrair visitantes e assinalar o cinquentenário.

As receitas têm ultrapassado os gastos, que em grande parte se devem à remuneração dos 20 funcionários, disse à Agência ECCLESIA o reitor do Santuário, Pe. Sezinando Alberto.

“Posso ter dificuldades, mas chegando ao fim do mês tenho sempre dinheiro para pagar as despesas, mesmo na época baixa”, afirmou o sacerdote, que também conta com a colaboração de duas religiosas da Comunidade das Oblatas do Divino Coração, da diocese de Beja, e de um capelão.

A procura de rendimentos levou a que no Natal de 2008 a reitoria tivesse decidido iluminar a imagem de Cristo Rei, recorrendo ao patrocínio de uma marca de telemóveis sul-coreana.

Ao recordar a polémica que então se gerou, o Pe. Sezinando sublinha que a opção foi tomada com o conhecimento do bispo de Setúbal, D. Gilberto Reis, e do clero e assegura que voltaria a aceitar uma proposta semelhante.

“Há um catolicismo de corte na Igreja, isto é, um conjunto de gente que se julga a defensora da ortodoxia. São essas pessoas, que não dão um único tostão a ninguém, que depois vêm com uma grande moral e se manifestam escandalizadas”, diz o reitor sobre as críticas que se ouviram nas instâncias eclesiais.

“Quando se faz um quadro, aparece a assinatura de quem o pintou. Se aquela foi uma obra de arte, qual é o mal incluir em baixo a entidade que a pagou?”, questiona o sacerdote, que lembra que as obras nas basílicas de Roma, aquando do Jubileu do ano 2000, incluíam placares com os nomes dos patrocinadores.

A aprovação da proposta teve em consideração que a marca “não escandaliza a moral cristã” e que a frase publicitária, aprovada pelo Pe. Sezinando, só seria visível perto do monumento.

“Ninguém gosta mais do Cristo Rei do que eu nem há quem procure santificar este local mais do que eu”, destaca o sacerdote, que garante ter recebido mais cartas de apoio do que apreciações negativas.

O Pe. Sezinando Alberto lamenta que a diocese tenha perdido uma oportunidade de angariar receitas quando recusou a colocação no pedestal de uma faixa com a expressão “Portugal 2004”, numa alusão ao campeonato europeu de futebol que decorreu no país.

“Com esse dinheiro – 250 mil euros – tínhamos abatido metade da dívida”, conclui.

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