Sociedade: A «pessoa humana» tem de ser o «centro do discurso socioeconómico-cultural» – Papa Francisco

Santa Sé organizou conferência «Drogas e vícios: um obstáculo ao desenvolvimento humano integral»

Foto Vatican News

Cidade do Vaticano, 01 dez 2018 (Ecclesia) – O Papa Francisco afirmou hoje que a Igreja Católica “está ativamente envolvida” em “combater a propagação de vícios” e quer a pessoa humana no “centro do discurso socioeconómico-cultural”, aos participantes de uma conferência internacional sobre ‘Drogas e Vícios’.

“A comunidade como um todo é desafiada por dinâmicas socioculturais e formas patológicas decorrentes de um clima cultural secularizado, marcado pelo capitalismo de consumo, autossuficiência, perda de valores, vazio existencial, precariedade de laços e de relacionamentos”, disse, esta manhã, na Sala Clementina.

O Papa afirmou que a Igreja “sente urgentemente a necessidade” de estabelecer uma forma de “humanismo” no mundo contemporâneo que leve a pessoa humana “de volta ao centro do discurso socioeconómico-cultural”, um humanismo fundado no ‘Evangelho da Misericórdia’.

“Para superar os vícios, é necessário um compromisso sinérgico, envolvendo as diferentes realidades presentes no território na implementação de programas sociais voltados para a saúde, o apoio familiar e, sobretudo, a educação”, observou no seu discurso.

Aos participantes de 63 países, explicou que a Igreja “está ativamente envolvida” em todas as zonas do mundo para “combater a propagação de vícios”, com as instituições civis, nacionais e internacionais, e as várias agências educacionais.

“Mobiliza as suas energias em projetos de prevenção, assistência, reabilitação e reintegração para restaurar a dignidade daqueles que foram privados”, acrescentou, lembrando que “não há necessidade de políticas isoladas”.

As drogas e os vícios são “um problema humano, um problema social” e tudo precisa estar ligado criando “redes de solidariedade e proximidade” com aqueles que são marcados por essas patologias.

A Conferência Internacional ‘Drogas e Vícios: um obstáculo ao desenvolvimento humano integral’, que terminou hoje, foi promovida pelo Departamento para o Serviço de Desenvolvimento Humano Integral, desde quinta-feira, e contou com a participação de Isabel Diniz da Gama, em nome da Conferência Episcopal Portuguesa, e de Eugénio Fonseca, presidente da Cáritas Portuguesa.

“A droga, como já ressaltou várias vezes, é uma ferida em nossa sociedade, que prende muitas pessoas em suas redes. São vítimas que perderam a liberdade em troca dessa escravidão, um vício que podemos chamar de químico”, observou o Papa, afirmando que “todos” são chamados a “combater a produção, processamento e distribuição de drogas no mundo”.

“É dever dos governos enfrentar corajosamente essa luta contra os traficantes de morte. Traficantes da morte: não devemos ter medo de dar essa qualificação”, acrescentou, no discurso divulgado pela Sala de Imprensa da Santa Sé.

Sobre os vícios associados à internet, Francisco lembrou que não são só os jovens que “são seduzidos e arrastados” para uma escravidão da qual é difícil libertar-se e “que leva à perda do sentido da vida e às vezes da vida”.

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