Terra Santa: Bispos católicos criticam conflito persistente que «está a privar os jovens do seu futuro»

É urgente «contrariar quem busca mais divisão», frisam aqueles responsáveis

Saint Gallen, 23 jan 2018 (Ecclesia) – Os bispos da Coordenação da Terra Santa, organismo que acompanha pela Santa Sé as comunidades cristãs da região, diz que é urgente contrariar o atual clima de conflito persistente que “está a privar os jovens do seu futuro”.

Responsáveis católicos vindos de vários países da Europa, dos Estados Unidos da América, do Canadá e da África do Sul estiveram ao longo da última semana de visita ao território, e destacam a luta diária que os jovens enfrentam para levarem por diante “os seus sonhos”.

No comunicado final da visita, enviado à Agência ECCLESIA, os bispos recordam “os jovens de Gaza, continuamente espoliados das suas perspetivas de vida por um bloqueio persistente” que “lhes nega uma oportunidade de desenvolvimento”.

E as permanentes “violações contra os direitos humanos” que têm lugar nos “territórios ocupados da Palestina”.

“A vida destes jovens é ensombrada pelo desemprego”, um problema que “o Papa Francisco tem descrito como uma das maiores barreiras ao potencial dos jovens”, pode ler-se.

Os membros da Coordenação da Terra Santa denunciam também o contexto difícil de “muitos jovens israelitas que padecem na sombra de um conflito que eles não criaram nem querem”.

Durante a passagem pela Terra Santa, os bispos católicos estiveram com vários grupos de universitários e estudantes, e escutaram os seus testemunhos.

“Ouvimos jovens de ambos os lados que partilham as mesmas aspirações de paz e de coexistência, mas enfrentam realidades diferentes, com poucas hipóteses de alguma vez poderem sequer encontrar-se e partilhar os seus medos e esperanças”, frisam aqueles responsáveis.

A situação de Jerusalém, enquanto “cidade sagrada para judeus, cristãos e muçulmanos”, preocupa particularmente os prelados, devido aos últimos desenvolvimentos que “afrontaram” a condição particular daquele local.

Para os bispos, é essencial que Jerusalém e a Terra Santa sejam reconhecidas como peças “essenciais para a promoção da paz”.

E que a comunidade internacional enverede todos os esforços tendo em vista o diálogo entre Israel e a Palestina, e no apoio às vítimas deste conflito que já se prolonga há várias décadas.

No que diz respeito aos jovens, a Coordenação da Terra Santa chama a atenção para a necessidade de projetos que tragam mais oportunidades de “emprego” e que vão ao encontro de necessidades básicas como a “habitação”.

E ao nível social, para a necessidade de contrariar “aqueles que buscam mais divisão, a começar nas próprias lideranças políticas”.

A terminar, os bispos não deixam de recordar ainda a importância que as peregrinações à Terra Santa têm para a sustentação e apoio às comunidades locais.

JCP

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