Terra Santa: Madeira de oliveira e madrepérola para contrariar a emigração dos cristãos

Indústria ajuda cristãos em Belém, onde há um bairro dedicado aos Pastorinhos de Fátima

Octávio Carmo, Agência ECCLESIA na Terra Santa

Jerusalém, 28 out 2013 (Ecclesia) – A comunidade católica de Belém, na Palestina, tem vindo a diminuir sistematicamente no último século, mas as indústrias ligadas ao artesanato em madeira de oliveira e madrepérola permitem que muitos continuem na terra em Jesus nasceu.

“Estas duas indústrias ajudaram-nos mesmo muito, ao longo dos séculos, a permanecer na Terra Santa”, disse à Agência ECCLESIA Iyad Qumsieh, cristão de Belém que fala com orgulho do que as cooperativas têm conseguido fazer por estas comunidades.

Pais, filhos, primos e vizinhos trabalham como artesãos na criação de peças, sobretudo cruzes, terços e presépios, que são depois vendidas aos turistas e peregrinos.

“Cada peça que se vende aqui é feita por nós, pela nossa família”, refere Iyad Qumsieh, dentro da loja de uma cooperativa cristã.

O entrevistado trabalha à saída do Campo dos Pastores, nos arredores de Belém, um espaço da Custódia da Terra Santa, missão internacional dos franciscanos, e agradece o apoio destes religiosos, que já desde o século XIV se empenham em facilitar permanência dos cristãos na região.

“Quando os peregrinos vêm cá, isso é uma grande ajuda para nós. Queremos que os cristãos locais permaneçam na Terra Santa”, acrescenta.

O número de cristãos tem vindo a diminuir na Terra Santa, ao longo das últimas décadas, com famílias inteiras a deixarem os seus lares em busca de uma vida melhor noutros países.

Para Iyad Qumsieh, é importante que se ajudem estas populações a permanecer nas suas terras, para que o local do nascimento de Jesus não se transforme num “museu”, mas tenha “comunidades cristãs ativas”.

“É muito especial viver aqui, temos muito orgulho em dizer que somos de Belém, é algo de muito importante para nós ter nascido no mesmo local que Jesus”, confessa ainda.

A ajuda chega, para além dos peregrinos no local, através de donativos recolhidos pelas comunidades católicas de outros países, incluindo Portugal, presente na cidade de Belém através de um bairro dedicado aos Pastorinhos de Fátima.

Um dos prédios de seis andares foi construído com ofertas dos portugueses e foi entregue aos seus proprietários em 2000, através da Custódia da Terra Santa.

OC

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