Vaticano: Papa nomeia arcebispo que investigou casos de abusos sexuais como secretário-adjunto da Congregação para a Doutrina da Fé

D. Charles J. Scicluna já presidia ao Colégio para o exame dos apelos

Cidade do Vaticano, 13 nov 2018 (Ecclesia) – O arcebispo escolhido pelo Papa para liderar várias investigações a casos de abusos sexuais foi hoje nomeado por Francisco como secretário-adjunto da Congregação para a Doutrina da Fé (Santa Sé).

D. Charles Jude Scicluna “mantém o ofício de arcebispo de Malta”, que ocupa desde 27 de fevereiro de 2015, precisa uma nota da sala de imprensa da Santa Sé.

O responsável é considerado como um colaborador da confiança do Papa Francisco, que em 2015 o nomeou como presidente do Colégio que examina recursos de eclesiásticos para julgamentos de casos de abusos sexuais e outros dos chamados “crimes mais sérios” (delicta graviora); em fevereiro e maio de 2018, foi enviado pelo pontífice ao Chile, para fazer avançar o processo de reparação e reabilitação das vítimas de abusos.

Em setembro, falando à Agência ECCLESIA, o arcebispo maltês considerou necessário passar aos “atos” neste campo da proteção dos menores, elogiando a cimeira convocada pelo Papa.

“É uma resposta às expectativas das pessoas: que dos documentos e das palavras passemos aos atos. As pessoas têm necessidade de perceber que não bastam as belas palavras, as promessas”, referiu D. Charles Scicluna, durante a assembleia plenária do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), que decorreu na cidade polaca de Poznan.

O antigo promotor de Justiça na Congregação para a Doutrina da Fé (Santa Sé) considerou que este é um processo “constante”.

Para D. Charles Scicluna, é necessário valorizar a iniciativa de Francisco, ao chamar todos os presidentes das Conferências Episcopais do mundo para uma reunião em Roma, de 21 a 24 de fevereiro de 2019, sobre o tema da prevenção dos abusos.

Já durante o Sínodo dos Bispos, em outubro, o secretário-adjunto da Congregação para a Doutrina da Fé defendeu no Vaticano que é preciso confiar no trabalho feito, admitindo o impacto negativo destes escândalos.

“O Papa sofre com a lentidão da nossa justiça”, disse aos jornalistas.

OC

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