Vida Consagrada

Por uma consagração inovadora

A Semana de Estudos sobre a Vida Consagrada, encheu Fátima de Irmãs, Padres e Irmãos, no período do carnaval, de 10 a 13 de fevereiro. O tema era aliciante: ‘Inovar na Vida Consagrada’, a partir do Evangelho de S. Marcos quando Cristo diz que se deve deitar o vinho novo em odres novos. Assim se percebe que o recipiente também conta, sobretudo quando se trata de guardar e transportar um produto de alta qualidade! E ficou claro que os Consagrados não são poucos, apenas são menos!

Foram 18 os intervenientes, 12 homens e 6 mulheres, 9 leigos, 8 padres, 1 Irmã! Inovar era a palavra de ordem e todos a ela se ativeram. O P. Joaquim Garrido, biblista, lembrou que a chegada de Deus abre sempre uma nova visão à vida. O P. Gomes Dias defendeu que quem não antecipa o futuro, não terá lugar nele. O P. Jerónimo Trigo apelou à necessidade de discernimento. O Dr. Carlos Liz tentou mostrar que a ideia de mudar é um processo, não um acontecimento e que são sempre muitas as resistências à mudança.

A Irmã Graça Guedes tratou o tema mais difícil da Semana: o dos abandonos na Vida Consagrada, em tempo de invernia vocacional. Há muitas ameaças ao compromisso pessoal das pessoa consagradas.

O P. José Vieira falou da sua experiência de Superior, no Sudão do Sul e em Portugal. O responsável nunca é patrão, mas pastor. Não há lugar para o carreirismo, mas para o exercício fraterno da autoridade, em discernimento constante.

O P. Miguel Ferreira, mestre de noviços, sugere que se passe das estruturas formativas para um processo formativo, deixando que Deus nos trabalhe por dentro.

A Dra Anabela Rodrigues defendeu a convicção de que uma comunidade não se consome, constrói-se! Pois, juntos, em comunidade, somos capazes de empurrar os próprios limites.

O P. Manuel Barbosa propôs como marcas da Vida Consagrada a alegria, a profecia, a comunhão, a saída, a proximidade e o diálogo.

O Dr. Rui Marques, responsável da Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR), sugeriu que se fosse mais longe e mais fundo, criando a Rede de Acolhimento aos Refugiados (RAR).

As Dras Susana Réfega e Patrícia Fonseca partilharam a missão da Fundação Fé e Cooperação (FEC), salientando o trabalho importante que se faz através do voluntariado missionário e dos projetos de cooperação e desenvolvimento. Afinal de contas, a experiência cristã é uma gramática da dádiva. O António Sottomayor falou da lufada de ar fresco que é a ‘Missão País’, projeto missionário construído e realizado por jovens universitários.

Os Drs Eugénia Magalhães e José Eduardo Franco apresentaram o projeto editorial ‘Portugal Católico’ e deram a conhecer o novo Instituto de Estudos Avançados em Catolicismo e Globalização (IEAC-GO).

O dia de carnaval foi marcado por três intervenções. A Dra. Cláudia Lourenço, responsável pela pastoral juvenil de Lisboa, apontou as baterias para o Sínodo dos Bispos sobre os jovens e mostrou que as vidas das novas gerações estão cheias de Missão e faz sentido apontar-lhes opções radicais. Disse ser importante mudar a questão ‘quem sou eu?’ por uma outra bem diferente: ‘para quem sou eu?’. Afirmou que é urgente hoje dar, receber e agir. Os jovens – concluiu – não querem conforto, mas confronto sadio.

O P. Rui Grácio Neves lançou os Consagrados rumo aos pobres, com a exigência da desinstalação, do serviço, de mais Espiritualidade e de uma revolução interior permanente. Defendeu o fecho da ‘fábrica dos pobres’, trabalhando sobre as causas e não sobre os efeitos da pobreza.

O P. Mariano Sierra veio da Rússia falar-nos de Maria, apontando o caminho do diálogo ecuménico. Sugeriu aos consagrados a Missão de sentinelas da aurora dos novos tempos, descobrindo milagres onde outros só vêem problemas.

Esta Semana da Vida Consagrada encheu Fátima de alegria, de hábitos, oração, encontros… e apontou caminhos de futuro.

Tony Neves

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