Vila Real: Novo responsável pelo setor da Juventude destaca «trabalho de fundo» a fazer na diocese

Nos últimos anos, muitos grupos de pastoral juvenil da região «desapareceram, morreram», realça o padre João Curralejo

Vila Real, 01 dez 2016 (Ecclesia) – O novo responsável pelo Secretariado da Pastoral Juvenil, Vocacional e Universitária de Vila Real, organismo recentemente reativado na diocese, diz que é preciso propor aos jovens “experiências fortes de fé, que a família porventura já não proporciona”.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, o padre João Curralejo sublinha que há todo um “trabalho de fundo” a fazer para que a ligação dos mais novos à Igreja Católica, e a vivência cristã, possa ser reforçada.

Neste primeiro ano depois da revitalização do secretariado, o objetivo é lançar bases para que possa começar a ser feito um caminho com os jovens, nos arciprestados e paróquias, onde muitos grupos de pastoral juvenil “desapareceram, morreram”.

“Estamos a tentar estruturar nos vários arciprestados um pequeno núcleo arciprestal com um padre delegado. Neste momento é por aí que queremos trabalhar, com os padres que estão no terreno, todos os dias com os grupos”, explica o diretor do Secretariado da Pastoral Juvenil, Vocacional e Universitária de Vila Real.

Outro ponto essencial é que todo o trabalho vai ser desenvolvido em estreita ligação com elementos mais diretamente ligados a “todos os setores da juventude da diocese, desde a universidade aos professores de Moral, que estão sobretudo com o secundário nas aulas de Moral Católica, Jovens Sem Fronteiras, Convívios Fraternos e movimentos juvenis”.

Além das experiências fortes de encontro com Deus, “seja em movimentos, retiros, em outros encontros”, o responsável pelo secretariado destaca a importância dos “banhos de multidão que são importantes para aquecer, quando a fé às vezes anda um bocadinho mais arrefecida”.

No horizonte estão já atividades como o Jubileu dos Jovens, que vai ter lugar em setembro de 2017 em Fátima, no contexto do Centenário das Aparições de Nossa Senhora, e as jornadas mundiais da juventude no Panamá, em 2019.

Mais no imediato, está em marcha o projeto de Advento e Natal, centrado na temática de Deus que “vem ao encontro” da humanidade e neste caso dos jovens, e os “desafios ou dificuldades” que isto encerra.

“Preparámos um trabalho para poder ser trabalhado em duas dimensões: nas paróquias e também em casa”, acrescenta o padre João Curralejo, que realça a necessidade de ajudar os jovens a ver para lá do “aparato mais comercial de que o Natal está rodeado”.

A pastoral vocacional é também um pilar a desenvolver, numa diocese onde “os números estão baixos”.

“O estado atual talvez seja o pior cenário dos últimos anos, temos 9 alunos em Teologia, temos 2 diáconos em estágio, portanto são 11 no total, e no seminário menor temos apenas 7 alunos”, revela o sacerdote, para quem a questão de fundo será sempre a mesma, apostar no reforço da vivência cristã dos jovens e, num polo mais abrangente, das famílias cristãs.

“Só uma Igreja que está evangelizada, que vive como Igreja pode fazer brotar vocações e de facto abrir-se à missão e pode evangelizar. E este é o problema se calhar que vivemos hoje na nossa sociedade atual, que é a crise generalizada de fé, da família, daí brota a crise das vocações”, conclui.

JCP

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